Meu amor, largaste-me a mão.
Procuraste-me no sem fim de flores do matagal,
Mas eu sou especial.
Outra como eu não encontraste.
Largaste-me a mão e fugi, desamparada.
Andei perdida, errante, nos caminhos da vida.
A minha mão estendida, a tua, de volta, ansiava.
Mas o destino, amor, trocou-nos as voltas.
Nunca mais te vi, o ar abstraidamente pensativo.
A tal mão, suave, quente, que a minha procurara.
A vivacidade do olhar, a marotice no sorriso.
Os milhares de passos que os teus pés comigo partilharam...
Andámos,
Murmurámos,
Obnubilámos sentimentos
Ruínas de memórias permaneceram em nós.
Amei-te tanto! E hoje..
Recordo tanto..
Morro de saudades.
Ontem não é hoje..
O ontem não se torna em amanhã!
Rancorosamente
Amo ainda,
Mais do que julgara amar.
Odiei mais do que queria sentir!
Amor,
Mora em mim, amor.
Onde vais com tanta pressa?
Respira, retorna e responde.
Maldito sejas,
Outro amor, procurarei.
Recuperarei o coração
Ardente por ti, todavia.
Em ti aprendi a amar..
Maravilhas me ensinaste, amor.
Rumo agora a outra vida.
Outra, que melhor me preencha,
Me cuide, me trate e fundamentalmente
Ame!