domingo, 8 de dezembro de 2013

Se fosses viva...

Será que hoje ainda me entenderias como naqueles dias?
Será que ainda me apoiarias acima de toda a gente?
Será que ainda me protegerias?
Será que ainda me guardavas debaixo da tua asa?
Será que ainda era intocável?
Será que não teria sofrido?
Será que não teria vivido?

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Flores no cemitério

Nas letras que vejo cravadas na alva pedra fria já não há nada de ti.
Na rosa cor de rosa que te deixo não há nada de mim.
Por isso não sei se voltarei...
Já nada te identifica naquele lugar a não ser a expressão entre aspas, "Deus é amor!" Se alguma coisa foste em mim, foi sempre amor. Por saber que nada há de meu numa rosa, toquei-a o mais que pude:
Acariciei as pétalas na saudade da tua face, pouco enrugada, de olhar meigo e sorriso no rosto tal era o amor com que me olhavas;
Acariciei as folhas, quais braços, na ânsia do teu abraço.
Segurei com firmeza o caule, com a permanência com que sempre estiveste na minha vida.
Com suavidade, repetidamente, passei os dedos na pétalas, como os teus dedos passeavam na minha cara para me fazeres adormecer.
Dói-me não me veres crescer, não estares a meu lado.
É só um ano mais sem ti, um ano mais perto de te reencontrar.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O vaporizar dos sentimentos

Olhares descruzados na espera de um adeus triste
É por isso que não existe, que não há como retomar o que se deixou.
Porque o caminho de flores acabou lá atrás.
Esta estrada tem alcatrão e pedras. E tu estás nela, caminhas a meu lado.
Dando-me a mão como se o tivesses feito todos os dias durante anos.
Carinho há!
Mas mais do que isso não.
É passado! E apesar de ontem ter sido presente continua a ser passado em mim.
Não é o meu futuro, consigo prever isso.
Porque não é o que quero.
Talvez tenha aprendido a amar-me um pouco!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

João Garcia de Guilhade


Esso mui pouco que hoj'eu falei
com mia senhor, gradeci-o a Deus,
e gram prazer virom os olhos meus!
 Mais do que dixe gram pavor per hei;
      ca me tremi' assi o coraçom
                   que nom sei se lho dixe [ou] se nom.  

Tam gram sabor houv'eu de lhe dizer
a mui gram coita que sofr'e sofri
por ela! Mais tam mal dia naci,
se lho hoj'eu bem nom fiz entender!
       ca me tremi' assi o coraçom
                  que nom sei se lho dixe ou se nom.
  
Ca nunca eu falei com mia senhor
senom mui pouc'hoj'; e direi-vos al:
nom sei se me lho dixe bem, se mal.
Mais do que dixe estou a gram pavor:
       ca me tremi' assi o coraçom
                  que nom sei se lho dixe ou se nom.
  
E a quem muito trem'o coraçom,
nunca bem pod'acabar sa razom.

sábado, 5 de outubro de 2013

Concílio de sombras

“Sombras que se esgueiram,
sombras que se encaixam,
sombras que fogem,
sombras que se encontram e fazem uma só.
Onde houver luz, haverá sombra... já o inverso...”

“sim, há sempre uma sombra.
nem que seja a sombra da lembrança nas recordações
da saudade na lembrança. há muitas sombras.”

As sombras falam pela boca da luz…

Há muitas sombras, sim
Sombras caídas no chão como os restos mortais do sol
Sombras que se esgueiram por entre os dedos
Sombras que fogem e voltam

Há sempre uma sombra que nos acompanha na ausência
Migalhas de luz que o teu pão mastigou


Assombroso sentimento que se sente à sombra de destinos venturosos, pois se não lhes chega, mas sente-se o seu conforto. A sombra tal como a poesia é companheira. À sombra da sombra, refresca-se, cresce-se, dá-se tempo para pensar na vida, que é constiuída por dias solarengos e suas sombras, por sombras inebriantes e sombrias em noites mais frias, mas no fim sou simplesmente um pequeno sombreado no mundo quando o sol brilha ao meio dia."

E agora, leitor, sim, tu que estás aí sentado à direita da incerteza
Por mais quanto tempo vais permane-SER sombra de dúvidas?



Concílio das Palavras - https://www.facebook.com/poesiacompanheira

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Desvincular

Fogem-me as palavras.
Saem sem tom nem som.
Oiço-me, não me reconheço.
De onde veio a coragem?
De onde veio a força de gritar
O que só cabia no meu peito?
Fica-me atravessada na garganta
A consequência daí resultante.
Mas ainda bem que não continuei a calar,
Ainda bem que deixei sair esta angústia
Que me prendia os pés.
Eu não era mais chão firme para pisar.
Não era mais borboleta livre, a voar.
Era um misto de ressentimento e prisão.
Medo de falar, de soltar a voz.
Mas não me sentia bem naquele lugar.
Agora? Vou voar por aí ao meu ritmo.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sacudidelas nefastas

Um zombie deu-me um encontrão.
Ele caiu num alçapão
E espalhou-se a podridão.

Daí gerou-se uma onda de azar
Tudo corria mal. Fui nadar
Faltou-me o ar.
Até com um lápis me tentaram espetar.

Estava tudo uma confusão,
Como se estivesse tudo de pernas para o ar.
Afinal, eu e o colchão
Ao chão tínhamos ido parar.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Novo Ano Lectivo

Um novo ano escolar se aproxima.
Ai tanta coisa diferente na minha vida. 
E tanto porvir que fará tão bem.
Estou assim entusiasmada, optimista, feliz!

sábado, 31 de agosto de 2013

Desencontros

"Desencontrei-me de ti
nas esquinas de uma brisa
veranil."

Desencontrei-me de mim,
a cada passo do caminho em
que dei primazia à ociosidade
e à estagnação. Ao habitual,
ao 'confortável'.
Talvez me tenha perdido de mim
Por muito tempo. Mas ainda
estou a tempo de me achar.

14/03/2013

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Verão, beija-me o tempo

Numa tarde veranil a carência foi mais forte.
O corpo cede à carne, lentamente, renunciando  cada toque, cada beijo, cada contacto da tua pele suave na minha.
Mas aos poucos, cedendo.
Cedendo aos inúmeros beijos;
Cedendo aos cafunés;
Cedendo ao calor e à respiração intensa, ofegante.
Insistência.
Um abraço e a tua insistência novamente.
Cada vez mais juntos e beijinhos vão surgindo por todo o lado, todo menos na boca, esse lugar tão desejado, mas por mim tão panicado.
Pensei e convenci-me, hoje não há beijos desses.
Mas fui tocando
fui beijando,
A mente, ao início longínqua, deixou de tomar controle e o corpo cedeu ao desejo
e beijou
como nunca,
como sempre.
Diferente de cada vez que acontece.

18/07/2013

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Outro dia será

Um dia vou aprender que já não faço parte da tua vida
um dia vou deixar de ir à procura das tuas coisas, do que fazes, do que escreves...
Um dia vou deixar de ler e identificar-me com ela.
um dia vou deixar de me culpar por não continuares na minha vida
Um dia vou perceber que já não podemos ser amigos ou
Um dia já terá passado tanto tempo que até nos podemos voltar a dar.
Um dia vou deixar de me sentir infeliz ou triste a toda a hora
Um dia vou deixar de sentir esta solidão barulhenta, mas que não preenche, pelo contrário mói, chateia, pisa.
Um dia, talvez um dia eu me aperceba de que valeu ter vivido, que os momentos bons foram mesmo muito bons e superaram os maus.
Um dia, talvez. eu deixe de viver no passado.
Um dia... como esse dia podia ser hoje...
Um dia será dia de ser feliz.
Um dia vou-me proteger e dizer não!
Hoje não fui capaz!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

De volta ao mundo real!

Após uns dias de uma doença interminável e horrorosa, na minha perspectiva, eis que estou de volta ao meu cantinho!
Ah o Verão, tem esta magia de nos fazer sonhar, de nos fazer querer o inimaginável..

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sleepyhead

Dormir Dormir Dormir!
Se eu disser três vezes será que adormeço instantaneamente ou aparece à minha frente o mestre do sono, uma cena estranha a la Poltergeist?
Hmm, nã, tudo na mesma.
Será que tenho de o dizer em frente a um espelho, como o Candyman?
Uau, dois filmes de terror em menos de cinco linhas.
Mais uma noite difícil de passar.
Sono não haver...

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não escrever

Não tenho escrito porque me entristeço...
Entristece-me esta vida, tudo o que eu não consigo fazer.
E não, não estou deprimida ou em baixo, estou simplesmente cansada. Este ano cansou-me!
Cansam-me as pessoas (nunca pensei dizer isto)
Que cansaço do corpo, do psicológico, até a imaginação anda esgotada.
A crise não ajuda e a falta de dinheiro também não, apesar de tudo sinto-me bem encaminhada. 
No emaranhado de confusões onde sempre me enrolam, mas mais desperta, mais atenta,  com maior desenvoltura.
Vou ficando emaranhada por enquanto, mas com a esperança viva de que um dia o meu sonho se torne a minha realidade e que possa sair da realidade que não me apraz!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Insomnia!!!!

As  horas voam e esta noite não veio sono nem cansaço.
Aproveitei para pensar um pouco!
Não tenho vontade de partilhar mais nada neste momento!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

coisas


mas o amor é mesmo assim
vem de repente, ataca como um raio.
e os nossos sentimentos mudam.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Apresentação Oral

O pânico que antecede uma apresentação oral...
Tem tudo para correr bem ou terá?
As dúvidas começam, remoem no interior,
o estômago revolve-se dos nervos.
Não vais estar só, tens os teus dois colegas contigo.
Isso deve dar alguma força!
Bom, tem calma, tudo vai correr bem.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Attitudine!

Hoje recebi um mail de uma pessoa com quem não me dou muito.
A ecoar na minha mente durante o tempo todo desde que vi o email na caixa de entrada até acabar de ver o seu conteúdo,uma pergunta:
- Mas porque é que ele me mandou isto, a mim?

Centrei-me então no email, era um powerpoint sobre a importância da atitude na definição das escolhas da nossa vida. Que tudo passa pelas escolhas que temos de fazer, e a atitude que temos nessas escolhas.

Sinto que realmente me tocou aquele mail de alguma forma.

terça-feira, 16 de abril de 2013

"Se é para acontecer, pois que seja agora!"

Chega de falar de dias que porventura virão!
"Se é para acontecer, que seja agora!"
Tenho de viver a minha vida agora! Fazer o melhor por mim agora, against the odds.
Nunca haverá aquele momento perfeito que eu tanto anseio.
Então, mais vale começar agora.

Hoje foi um dia de loucos, tivemos só 12,5 na tradução. Que eu pensava que não estava nada má, bem, eu e o meu grupo. Como é que conseguimos ter melhor no Poe? E pior como nos vamos safar no Shakespeare.
Como diria o Bart Simpson, ay caramba! 
Juntando a isso o raio da apresentação sobre o Multilinguismo em tradução, que ainda vai dar uma trabalheira descomunal.E o trabalho final, do qual temos de entregar uma 1ª versão já completa dia 26 deste mês!
Estou a panicar, mas há-de passar!

sábado, 13 de abril de 2013

Um dia podes querer voar.

Durante tantos anos não te deixaram conhecer:
mundos, fundos, realidades.

Tu, que és esperta foste arranjando maneira de os descobrir, através de saídas, de livros de filmes e séries.
Não queriam que tu soubesses, não fosses tu querer fugir,  do destino que já estava mais do que traçado para ti, e que, tu, como boa aluna, aperfeiçoaste sem o saber.

Mas que te sirva de lição para saberes que as coisas existem, e não és esse passarinho encafuado na gaiola.
Olha o mundo, através das grades, roda no poleiro, vê de outra perspectiva. A porta ficou aberta.
E quando conheceres o mundo que te rodeia, quando decidires dar esse pulo em frente e sair da gaiola lembra-te:
- A vida é tua e um dia podes querer voar.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Saudades de escrever!

Tenho tido saudades de escrever,
Mas o tempo não pára, está sempre a correr!

Com estas tretas da tradução percebi que não tenho mesmo jeito para poesia.

Mas continuo a gostar de escrever e, em certa parte, de traduzir.

Narrativa, que me dá espaço para imaginar e inventar, ter um quê de Mia Couto.

Mas ultimamente, nem para sonhar tenho tempo. Tudo porque o tempo parece que foge entre os dedos.

Coisas para organizar, séries para ver, caminhos e ruas a desbravar.

Mas apesar de tudo, estou bem disposta, animada e isso é que se quer.

Inspiração não tem havido, mas também não tem problema.

Boas auras, é a vida. Não podemos ser sempre o mosquito, também temos direito a ser o limpa pára-brisas.  

Bom, uma vez mais, pôr mãos à obra.

Deixo um excerto de uma das traduções:


"É impossível dizer como me lembrei da ideia pela primeira vez; mas, uma vez concebida, perseguia-me dia e noite. Objetivo, nenhum. Paixão, não havia." The Tell-tale heart, Edgar Allan Poe

E já agora

If you wish to forget anything on the spot, make a note that this thing is to be remembered.
Edgar Allan Poe 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Primaveeeeera!!!

A vida voa quando estamos em movimento..
Mas é também nessa altura que melhor a aproveitamos, que fazemos amizades, criamos momentos.
Sinto-me bem, preenchida, feliz.
Sinto um rumo, uma aberta no céu cinza de Inverno.
Já se sente um quê de Primaveril.
É em movimento que a vida faz sentido.
É em sentir-me bem e ajudar os outros que a minha vida anda.

domingo, 10 de março de 2013

(Des)Encontros

"O poeta disse que a vida é a arte do encontro, apesar de haver tanto desencontro nela!"

Li isto  não resisti.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Saudade






"Arararararara aira rararara rarara... 
Három mérõ piros szalag
ej de nem ér...

Istenem, istenem 
Vajon mi lelt engem? 
Három mérõ piros szalag
ej de nem ér körül engem! 

Istenem, istenem 
Vajon mi lelt engem? 
Nekem is van egy bánat 
Vajon mi lelt? 
Három mérõ... Három mérõ 

Arararararara aira rararara rarara...

Istenem, istenem 
Vajon mi lelt engem? 
Három mérô piros szalag
ej de nem ér körül
Három mérõ... Három mérõ

Arararararara aira rararara rarara... 
Nekem is van egy bánatom... 
Arararararara aira rararara rarara... 
Vajon mi lelt engem? 
Arararararara aira rararara rarara... 
Nekem is van egy bánatom... 
Arararararara aira rararara rarara... 
Vajon mi lelt engem? 
Arararararara aira rararara rarara... 
Nekem is van egy bánatom... 
Arararararara aira rararara rarara...
Vajon mi lelt engem?"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Embaralhada no baralho da vida alheia

A sério?
Acho que testas os limites da minha paciência, fazendo uma coisa mais estúpida que a anterior...
Não percebo porque te oiço, porque te tento ajudar ainda..
Talvez um dia percebas que não é o meu lugar saber da tua vida e ajudar-te a tomar decisões nela.
Temos um oceano inteiro a separar-nos e, no entanto fazes parecer a distância tão curta ao meteres-me na tua vida.
Não há espaço para mim aí, rapaz, já houve, já foi o tempo. Not anymore!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A dificuldade em ser eu.

Faltam-me pessoas com quem falar, falta-me conseguir pôr cá para fora.
Não podendo falar com as pessoas do costume, até porque elas não me querem ouvir, fica cá tudo atafulhado dentro e qualquer dia é como uma panela cheia de água a ferver.
talvez a solução seja conhecer mais pessoas, talvez a solução seja eu estar mais forte primeiro..
Talvez não haja sequer uma solução certa.
Gosto das alterações da minha vida, não o posso negar.
Gosto das pessoas que fui conhecendo e que têm vindo a mudar a minha vida, a minha forma de pensar e que, de certa forma, me têm ajudado a crescer.
Fico, sem dúvida muito feliz, pelas pessoas que me querem nas suas vidas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Palavras que me saíram da boca sem pensar

sei que preciso think things through, mas a verdade é que estou farta de ter de fazer coisas que não gosto como apresentações, aprender coisas que não considero úteis, enervar-me uma e outra vez. Eu não quero fazer isto da vida, porque não estou a fazer algo mais proveitoso?
O Shia... é missionário, é feliz, ajuda pessoas, a minha vida é tão useless, e nem faço o que queria.
Ir para o Japão durante um ano!!!! Era maravilhoso.. Mas nem isso posso, não tenho o dinheiro necessário para ir, nem posso por causa da minha Associação, se é para me dedicar de corpo e alma, dedico-me de corpo e alma. Daí que o Summer School em Wales não seja tão mau, são só 2 semanas, é muito mais perto
mas não me daria o mesmo prazer que ir para o Japão, estudar, trabalhar.
E volto a pensar no Perú...
Eu gosto do meu país, a sério que sim, mas não me sinto bem, cá. Parece que me falta alguma coisa. E sinto que não consigo viver mais aqui.. Esta gente não me deixa cuidar de mim...
Querem meter-se no que não devem, nunca se meteram no que deviam...
Arhhhhhhhh!



domingo, 17 de fevereiro de 2013

My Chan..

Ah, como sabe bem ver esta série, parece que me ilumina o espírito, que me dá força e fé, que me faz acreditar. Cheguei à conclusão q  até hoje já passei 54 horas a vê-la. Sem dúvida das melhores horas da minha vida.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Pensamentos pensados e por pensar

* A culpa é minha que me apego de mais às coisas e que as tomo como minhas, como partes de mim.

* As coisas não são assim tão lineares.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Está a chover! Entro no café, sacudo o guarda-chuva.  Pouso-o ao pé de tantos outros. Dispo a gabardine. Procuro uma mesa vazia, o ambiente é acolhedor, cada mesinha com a sua vela no meio.
Cores entre o preto, castanho, amarelo e alguns brancos. Vejo uma encostada à janela, vaga, penso eu, e sem demoras sento-me. O casaco sobre a cadeira à minha esquerda.
Os empregados de mesa, com as fardas tom de pinguim, falam baixo e educadamente. No total devemos ser cerca de dez pessoas no Le Rouge.
Um senhor muito bem aparentado, talvez na casa dos 50, vem perguntar-me se desejo beber alguma coisa.
- Um café- peço-lhe eu- por favor!
Enquanto aguardo tiro a caneta e o caderno. Começo a rabiscar. Penso sobre o que vou escrever. Nisto, oiço uma voz à minha frente.
-Desculpe! This was my table. - sotaque arranhado, francês. Fico estática, surpresa. Digo:
- Oh, I'm sorry. But I've ordered already.
-Hmm- diz o jovem à minha frente- Would you mind if I joined you?
- No, not at all. - respondo eu. 
O jovem, de óculos, cabelo curto, negro, lábios finos, afasta a cadeira, senta-se, pousa o casaco com alguma delicadeza. 
- My name's Cyril, I'm french. You are...
- Paula, I'm portuguese. Would you like a cup of coffee as well?
- Yes, please.
- Por favor, mais um café. Obrigada.
- Thank you!
- You're welcome.
Sorrimos e depois deixámos o silêncio entrar, enquanto nos olhávamos à vez.
Fiquei envergonhada e olhei para baixo.
Uma moça nova chegava com a minha chávena de café. Agradeci. 
Decidi esperar por ele. Passado um tempo lá chegou o café dele.
Abri o pacote de açúcar, despejei cerca de meio e depois guardei o resto ao lado da chávena e mexi.
Olhei de novo para ele, percebi que não sabia o que dizer.


Setembro 2012

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Vieram, enfim, vieram.

Tanto trabalho, tanta coisa para fazer. Mas não quero seguir aquele conselho já.
Quero experimentar primeiro, saber-me capaz ou não de algo.
Acho que com o sono regulado se torna mais fácil.
Foi uma recaída, foi só por um bocadinho.
Já estou back on track.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sooono

Não devia de haver aulas em dias de sono. Estou aqui, nesta minha uni, a morrer de sono.. e hoje só saio às 18h. Ah, como anseio a minha caminha.. Dormir no quentinho dos lençois, agarrada ao meu minhau.
Dormir, horas e horas a fio.. sem preocupações.
Dormir, com a possibilidade de sonhar. E como nos sonhos tudo é possível.
Ah, que pena ter de deixar o sonho e voltar para a vida real. Saber que tenho mais duas aulas e 7 horas antes de finalmente ir para casa descansar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Reivindicar espaços.

Senti a necessidade de escrever.
Não sinto que esteja no mesmo sítio desde 2007, ano em que criei este meu espaço.
É verdade que a vida dá voltas, e há dias melhores e outros piores.
Mas sinto que evoluí o que pude evoluir, o que me foi permitido evoluir e com os recursos que me foram dados fiz o que melhor pude.
Não me arrependo de ser a pessoa que sou, porque sei que estou em constante melhoria, todos os dias luto para me tornar uma pessoa melhor, à excepção dos dias em que não sinto forças para lutar e que acho que não vai valer de nada e, por essa razão, deixo-me cair na ociosidade extrema que aparenta ser indolor e sem preocupações. Mas a verdade é que elas não me abandonam, por isso sei que sou melhor que o que me pintam. E o que me importa é exactamente isso, a minha visão de mim, tendo em conta o que vejo como real de mim.
E é por isso, porque este espaço é meu, e porque bocados de mim estão aqui. E porque aqui cresci e vivi e por opção por aqui andei sempre que me senti pior, foi o meu apoio em horas menos boas, porque nas boas estamos tão ocupados em viver que nem nos lembramos que temos mágoa para escrever ou felicidade ou vida. Quando estou feliz vivo o momento e raramente sinto necessidade de escrever, raramente me sinto inspirada nessas alturas.
E porque no fim só me importa a minha visão de mim, que reivindico este meu espaço, que o deixo aberto aos olhos alheios, porque sei que há quem me leia regularmente, e apesar da boa ou má qualidade dos meus textos, sei que alguns são bocados de mim, outros foram inspirações minhas, das quais não me arrependo. E nessa medida volto a pôr este meu espaço público e publico todos os textos que bem me aprouver.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Amor, armo o ramo! Amor mora em Roma!

Meu amor, largaste-me a mão.
Procuraste-me no sem fim de flores do matagal,
Mas eu sou especial.
Outra como eu não encontraste.

Largaste-me a mão e fugi, desamparada.
Andei perdida, errante, nos caminhos da vida.
A minha mão estendida, a tua, de volta, ansiava.
Mas o destino, amor, trocou-nos as voltas.

Nunca mais te vi, o ar abstraidamente pensativo.
A tal mão, suave, quente, que a minha procurara.
A vivacidade do olhar, a marotice no sorriso.
Os milhares de passos que os teus pés comigo partilharam...

Andámos,
Murmurámos,
Obnubilámos sentimentos
Ruínas de memórias permaneceram em nós.

Amei-te tanto! E hoje..
Recordo tanto..
Morro de saudades.
Ontem não é hoje..

O ontem não se torna em amanhã!

Rancorosamente
Amo ainda,
Mais do que julgara amar.
Odiei mais do que queria sentir!

Amor,
Mora em mim, amor.
Onde vais com tanta pressa?
Respira, retorna e responde.

Maldito sejas,
Outro amor, procurarei.
Recuperarei o coração
Ardente por ti, todavia.

Em ti aprendi a amar..
Maravilhas me ensinaste, amor.

Rumo agora a outra vida.
Outra, que melhor me preencha,
Me cuide, me trate e fundamentalmente
Ame!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Palhinhas

either you treat them like friends or you treat them like men.
You can't have both sides of the straw at one time.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Não sei de mim..

Hoje não me encontro.
Não vos entendo, não me sinto acolhida nesta casa que também deveria sentir como minha.
Estou farta de discussões e, no entanto, não consigo parar de me enervar.
Quero tomar uma decisão, um princípio de mudança e não arranjo maneira de começar.
Quero mudar coisas e não arranjo força para começar num dia que não seja um amanhã longínquo, que já duvido que apareça.
Contigo, sinto-me tão enganada, tão traída, ou talvez não sinta.. não sei de mim.
Mas irritada por ter andado com alguém comprometido sinto-me, apesar de não ter a menor culpa no caso.
Sinto-me triste por querer estar bem contigo, e parecer que só sabemos discutir..
Será que nós já não somos "nós"? Que a amizade que nos unia tenha esfriado? Não quero acreditar nisso, mas a verdade é que as coisas estão diferentes. E de maneiras distintas com cada um de vocês.
Queria ter à vontade a conduzir e nunca mais começo. Tenho onde ir, onde estar.
Não quero estar aqui, mas não arranjo um trabalho e tento pirar-me.
Ando tão irritada que não me reconheço..
A verdade é que não sei de mim.
Sei que sou influenciável, mas parece-me fazer sentido, explica muita coisa em mim.
E tenho tanta coisa e nada na cabeça ao mesmo tempo.
E as decisões estão à espera de ser tomadas, ou a estagnação à espera de tomar controle.
As tarefas acumulam-se na minha lista de papel, assim como os meus sonhos se acumulam na minha cabeça, ambos por realizar.



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

coisas amontoadas

Para quê viveres tantas vidas?
Se calhar eras muito mais feliz se vivesses apenas uma e tirasses dela todo o proveito que podes tirar.

Quanto a mim, acho que a minha amiga tem razão, tenho de parar de tentar ser amiga das pessoas e principalmente tenho de parar de me preocupar com as pessoas..

Things

I miss the peace I felt While I was hanging with you.
How everything was so quiet, yet so unsettled.
I trusted you completely though I've not always talked what was on my mind
I guess I was letting that stay to days that would  wind up.

That's how I've dealt with so many things with you.
We spent so many time, just walking, just wandering around
Talking about each and every thing, that probably I never thought that would come a day when time wasn't enough, when we would stop hanging out.



/P

É pena que esteja destinado a acabar..
Como se pode confiar em quem nos mente à cara podre?
Dei-te uma oportunidade de te justificares, de seres sincero, de ganhares uma amiga.
Caí na conversa e dei-me demasiado.
Mas talvez te tenhas dado a demasiado trabalho para o que te dei.
Se não tivesse descoberto hoje, ser-me-ia muito difícil voltar a duvidar de ti.
Pagaste-me o café, novamente foste um gentleman.
Carinhoso, entregaste-te mais.
Eu também.
O meu nariz a tocar no teu nariz, os teus olhos verdes a olharem em cheio nos meus, a ternura com que me falavas, ficou-me na memória.
Os meus braços à volta do teu pescoço, os teus braços na minha cintura, as cócegas na barriga, as brincadeiras na rua ...
As vezes em que te pus o capuz na cabeça, a maneira à vontade e atrevida, até, como às vezes estava contigo na rua.
A química, a adrenalina...
Mas as coisas não vivem só disso, e a mentira tem perna curta.
E hoje, hoje perdeste uma amiga. Infelizmente.

"É que hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há."

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Akeboshi - Wind



Cultivate your hunger before you idealize.
Motivate your anger to make them all realize.
Climbing the mountain, never coming down.
Break into the contents, never falling down.

My knee is still shaking, like I was twelve,
Sneaking out of the classroom, by the back door.
A man yelled at me twice though, but I didn't care.
Waiting is wasting for people like me.

Don't try to live so wise.
Don't cry 'cause you're so right.
Don't dry with fakes or fears,
'Cause you will hate yourself in the end.

Don't try to live so wise.
Don't cry 'cause you're so right.
Don't dry with fakes or fears,
'Cause you will hate yourself in the end.

You say, "Dreams are dreams.
"I ain't gonna play the fool anymore."
You say, "'Cause I still got my soul."

Take your time, baby, your blood needs slowing down.
Breach your soul to reach yourself before you gloom.
Reflection of fear makes shadows of nothing, shadows of nothing.

You still are blind, if you see a winding road,
'Cause there's always a straight way to the point you see.