quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A new beginning

Quando algo acaba, algo recomeça.
Estou perante uma nova etapa da minha vida. Algo por que já passei mas que não deixa de ser novo.
Exijo a mim própria concentração e força de vontade. Quero ser alguém e não me considero burra, tenho tudo para conseguir vencer na vida. Não deixando para trás os amigos e a família.
Sinto-me feliz e com vontade de um novo começo.
Vou permitir-me respirar e estudar, divertir-me e ter responsabilidades. Ser parte integrante de eventos fora e dentro da comunidade familiar.
Sinto-me com coragem de valorizar o trabalho e esforçar-me por ser uma pessoa melhor.
Sinto-me aliviada por transmitir tudo isto para aqui.
Não vou deixar enfurecer-me nos primeiros dias do meu regresso.
Vou lutar pela minha Sisterhood, pelos meus amigos íntimos, pelas novas pessoas que quero conhecer, mas vou, principalmente, lutar por mim.
Lutar por me assegurar enquanto pessoa neste lugar a que chamamos Mundo.
Lutar por poder afirmar-me como mulher igual e diferente de tantas outras.
Lutar por crescer.
Lutar!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Pedro Abrunhosa - Lua

Mais um dia que acaba
e a cidade parece dormir,
da janela vejo a luz que bate no chao
e penso em te possuir.
Noite após noite, ha ja muito tempo,
saio sem saber para onde vou,
chamo por ti, na sombra das ruas,
mas só a lua sabe quem eu sou.
Lua, lua,

eu quero ver o teu brilhar,
lua, lua, lua,
Eu quero ver o teu sorrir.

Leva-me contigo,
mostra-me onde estas,
é que o pior castigo
é viver assim, sem luz nem paz,
sozinho com o peso do caminho
que se fez para tras...
Lua, eu quero ver o teu brilhar,
no luar, no luar.


Homens de chapéu e cigarros compridos
vagueiam pelas ruas com olhares cheios de nada,
mulheres meio despidas encostadas à parede
fazem-me sinais que finjo nao entender.
Loucas sao as noites, que passo sem dormir,
loucas sao as noites.
Os bares estao fechados ja nao ha onde beber,
este silencio escuro nao me deixa adormecer.

Loucas sao as noites.

Refrao

Nao ha saudade sem regresso, nao ha noites sem
madrugada,
Ouco ao longe as guitarras, nas quais vou partir,
na névoa construo a minha estrada.

Loucas sao as noites, que passo sem dormir,

loucas sao as noites.
Loucas sao as noites, que passo sem dormir,
loucas sao as noites...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A Sacerdotisa (parte 1)

Dias após ter acontecido, dei comigo a pensar se teria sido um sonho. Não me via a escapar-me de casa para vaguear sozinha pela noite, não eu.
Quando dei por mim, estava a seguir o vento, a olhar para a lua e para as estrelas.
O vento parecia querer tocar-me, fazia-me festas e a minha roupa esvoaçava. De repente veio-me à cabeça a imagem de uma rapariga, a passear ali sozinha, linda, de longos cabelos ondulando ao sabor do vento. Perdi-me nos pensamentos e nos passos enquanto imaginava a rapariga. Quando dei por mim, não fazia a mais pequena ideia de onde estava, a lua estava já a desaparecer e as nuvens taparam as estrelas.
À minha frente estava um jardim, comecei a indagar, o verde, a pedra dos bancos, o ferro de alguns gradeamentos naquele jardim, tudo chamava por mim.
Entrei pelo jardim adentro. Subitamente vi uma silhueta num dos bancos, o coração bateu mais forte e vi logo que seria ela.
- Sacerdotisa! - chamei. Ela voltou-se o seu longo cabelo a ondular tal como eu imaginara, como da outra vez.
O sorriso da outra vez.
Novamente, falou e eu não a percebi. Não sabendo mais o que fazer, sorri-lhe. Lentamente, a Sacerdotisa se levantou e começou como que a deslizar na minha direcção. Eu estava com o meu olhar fixado nela, na sua beleza, na estranheza de toda a situação.
Quando se aproximou de mim, senti-me gelar por um lado, mas por outro senti um calor inexplicável.
- Sacerdotisa! - voltei eu chamar. Desta vez as palavras que saíram da minha boca voltaram a ser diferentes.

(...)