quinta-feira, 10 de maio de 2012

Esboços escritos em tempo de aulas.. 2-2

Estou sentada no muro, cá fora. Está um dia tão bonito! Já vi dois rapazes a passarem a correr. Como queria que um dia me acontecesse a mim. Alguém a correr na minha direcção. Com vontade de saber de mim, das minhas coisas. Alguém que me mostrasse o quanto significo, o quão importante sou.
Sinto-me deprimida.
Como é suposto acabar esta porcaria? A não ser que a prof de Alemão mude, bem como a minha atitude e a minha vontade.
Devo ir ao Brasil no Verão.
Casais apaixonados? Não acho piroso nem lamechas. Acho lindo e maravilhoso e dá-me uma tristeza profunda não saber o que isso é.
Pensamentos terríveis afloram-me a mente. Tento não pensar neles, mas é irónico quanto mais se tenta não pensar em algo, mais se pensa nisso.
Vejo dois melros jovens, imponentes. A suas penas pretas luzem. Os seus bicos são de um laranja vivo. Um ataca o outro sistematicamente. Este último mais paciente, talvez, recusa a zanga. Não parece importado do outro o incomodar. Volteiam e atacam-se sem cessar. Esvoaçam e escondem-se entre os arbustos. Será uma perda de tempo? Não só de tempo, uma perda de tudo? Tudo não, porque algo é ganho, mais que não seja experiência. e calos, para não o voltar a fazer.
Queria acreditar, queria desesperadamente acreditar em algo.
Estamos em Maio, falta pouco mais de um mês para fazer um ano que fui ao Perú. Tudo foi tão diferente nessa altura. Os meus planos já não são os mesmos, a minha maneira de ver a vida também mudou.
Planos... ainda não voltei a pensar nisso seriamente...
Se me chamarem irei trabalhar, se não, não irei até Setembro. Em Agosto terei de pensar se trabalho e estudo ou se só trabalho.
Mais um rapaz a correr e distraio-me do meu pensamento. Correm mais dois...
Sinto-me culpada de não ter ido. Sinto-me frustrada do que  pensei e do que fico sem saber.
Está na hora de me ir embora.
Uma frase ressoa a minha cabeça:  "Donde te perdiste?"
Levanto-me e vou. 20:18H  09-05-2012


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