Dias após ter acontecido, dei comigo a pensar se teria sido um sonho. Não me via a escapar-me de casa para vaguear sozinha pela noite, não eu.
Quando dei por mim, estava a seguir o vento, a olhar para a lua e para as estrelas.
O vento parecia querer tocar-me, fazia-me festas e a minha roupa esvoaçava. De repente veio-me à cabeça a imagem de uma rapariga, a passear ali sozinha, linda, de longos cabelos ondulando ao sabor do vento. Perdi-me nos pensamentos e nos passos enquanto imaginava a rapariga. Quando dei por mim, não fazia a mais pequena ideia de onde estava, a lua estava já a desaparecer e as nuvens taparam as estrelas.
À minha frente estava um jardim, comecei a indagar, o verde, a pedra dos bancos, o ferro de alguns gradeamentos naquele jardim, tudo chamava por mim.
Entrei pelo jardim adentro. Subitamente vi uma silhueta num dos bancos, o coração bateu mais forte e vi logo que seria ela.
- Sacerdotisa! - chamei. Ela voltou-se o seu longo cabelo a ondular tal como eu imaginara, como da outra vez.
O sorriso da outra vez.
Novamente, falou e eu não a percebi. Não sabendo mais o que fazer, sorri-lhe. Lentamente, a Sacerdotisa se levantou e começou como que a deslizar na minha direcção. Eu estava com o meu olhar fixado nela, na sua beleza, na estranheza de toda a situação.
Quando se aproximou de mim, senti-me gelar por um lado, mas por outro senti um calor inexplicável.
- Sacerdotisa! - voltei eu chamar. Desta vez as palavras que saíram da minha boca voltaram a ser diferentes.
(...)
Há 1 semana
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