quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

5 anos

E cinco anos passaram desde aquele dia tristíssimo.
Há pouco tempo uma grande amiga me disse que foi o dia em que me viu sofrer verdadeiramente pela primeira vez.
A minha perda foi grande e disso não haja dúvida.
Perdi a pessoa mais importante para mim. A pessoa de quem mais gostei nesta vida. O meu anjinho, a minha avó.
Foi a pessoa que, posso arriscar, mais me amou nesta vida.
É impossível esquecê-la porque me ensinou muito. Só tenho pena de a ter perdido tão cedo na minha vida, pois com 15 anos ainda estamos a crescer, e a família é-nos fundamental.
Gostava de ter vivido e aprendido muito mais com ela.
Ainda me lembro, naquele dia, quando entrei no nosso quarto, o medo que tive de olhar para ela e de lhe tocar, tal era o receio de a sentir fria, morta.
Mal olhei e não aguentei muito tempo lá dentro. Não fui ao funeral. E tudo isso são coisas de que me arrependi mais tarde.
Não me tinha despedido dela naquela manhã, estava atrasada como de costume.
Ao saber da notícia entrei em choque e quem me valeu? Os amigos, os de sempre.
Andei muito angustiada até ter sonhado com o dia da morte do meu anjo, com a única diferença, que me despedia dela naquela manhã, desde então fiquei aliviada e a angústia deixou-me. Restaram apenas as saudades, as que ainda hoje não desapareceram, e a dor da perda.
Hoje consigo olhar para trás e lembrar-me e falar da minha avó sem ter lágrimas nos olhos, mas numa data como a de hoje, em que faz 5 anos que partiste, as lágrimas vieram novamente.
Tenho muitas saudades do meu anjinho, de tudo o que ela fez por mim.
Se tenho muito orgulho quando me dizem quão parecidas somos, por vezes dói-me ver que há coisas em que me diferencio bastante e para pior. Infelizmente isso não me faz lutar para que deixe de ser mais teimosa, preguiçosa, resmungona e egoísta, defeitos que não tinha a minha avó. Teimosa talvez, mas teimava porque achava estar a fazer sempre o melhor para as outras pessoas.
Quero acrescentar que estás viva em mim e que tão cedo não te deixarei morrer nem por mim serás esquecida.

"Como podem dizer que morreu quem permanece tão vivo no nosso coração."

4 comentários:

  1. Cinco anos passaram...

    Esse dia que nem uma hora dormi

    que em histerismo me acordaram

    e no seu leito confirmei que a perdi



    Esse dia tinha finalmente chegado

    o momento para que tanto me preparei

    pensava que estava tudo acabado

    dei as notícias e nem uma lágrima chorei



    Parte de mim estava aliviado

    mas não era de contentamento.

    Tinha finalmente chegado

    o fim do seu sofrimento.



    Ficaram coisas por fazer

    e queria enviar uma mensagem

    no momento acabei por dizer

    obrigado e boa viagem...



    Tendo em mente que lá chegada

    e por alguém de braços abertos recebida

    Daria por concluida a sua jornada

    E nós por certo continuariamos a nossa vida



    E assim fizemos, o caminho seguimos

    sempre no nosso coração com saudade

    com força e a caminho da eternidade

    cientes das emoções que sentimos

    avançando na consciência e na idade

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  2. Bigada Pedro.
    Xico, tá excelente! Muito melhor do que o meu.
    Claro que isso não é o importante, mas sim o que a sua presença deixou em nós e eu só consigo ver boas coisas que a sua presença deixou.
    Um bocado na brincadeira.. Bolas pá... Eu adoro escrever, mas para rimas nunca tive jeito. Enfim, não podemos ser bons em tudo. Beijinho e obrigada, manos.

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  3. Gostei muito deste texto :)
    (brigada pelas tuas palavras no meu blog) :*

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