sábado, 5 de outubro de 2013

Concílio de sombras

“Sombras que se esgueiram,
sombras que se encaixam,
sombras que fogem,
sombras que se encontram e fazem uma só.
Onde houver luz, haverá sombra... já o inverso...”

“sim, há sempre uma sombra.
nem que seja a sombra da lembrança nas recordações
da saudade na lembrança. há muitas sombras.”

As sombras falam pela boca da luz…

Há muitas sombras, sim
Sombras caídas no chão como os restos mortais do sol
Sombras que se esgueiram por entre os dedos
Sombras que fogem e voltam

Há sempre uma sombra que nos acompanha na ausência
Migalhas de luz que o teu pão mastigou


Assombroso sentimento que se sente à sombra de destinos venturosos, pois se não lhes chega, mas sente-se o seu conforto. A sombra tal como a poesia é companheira. À sombra da sombra, refresca-se, cresce-se, dá-se tempo para pensar na vida, que é constiuída por dias solarengos e suas sombras, por sombras inebriantes e sombrias em noites mais frias, mas no fim sou simplesmente um pequeno sombreado no mundo quando o sol brilha ao meio dia."

E agora, leitor, sim, tu que estás aí sentado à direita da incerteza
Por mais quanto tempo vais permane-SER sombra de dúvidas?



Concílio das Palavras - https://www.facebook.com/poesiacompanheira

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Desvincular

Fogem-me as palavras.
Saem sem tom nem som.
Oiço-me, não me reconheço.
De onde veio a coragem?
De onde veio a força de gritar
O que só cabia no meu peito?
Fica-me atravessada na garganta
A consequência daí resultante.
Mas ainda bem que não continuei a calar,
Ainda bem que deixei sair esta angústia
Que me prendia os pés.
Eu não era mais chão firme para pisar.
Não era mais borboleta livre, a voar.
Era um misto de ressentimento e prisão.
Medo de falar, de soltar a voz.
Mas não me sentia bem naquele lugar.
Agora? Vou voar por aí ao meu ritmo.