Está a chover!
As árvores recebem o doce suco vital.
Já as vejo verdejantes entre a paisagem outonal.
Contigo, o meu coração não acelera, abranda.
Algo me diz que és o tal.
Porque me acalmas a alma ansiosa, dorida.
Porque me fazes feliz a cada gesto carinhoso inesperado.
A mim que nunca tive tal sorte, a mim, que nunca fui amada.
Dormes, tranquilo, no quarto atrás de mim.
Até os heróis têm o seu merecido descanso. Antes tapaste-me, aqueceste-me com tuas palavras e feitos e agora descansas.
Já eu sou de vontades, e esta paisagem verde vivo e acastanhada, com pérolas brilhantes deixadas pela chuva aguardava incessantemente a minha vinda. Ou seria eu que a buscava, com vontade de guardá-la nos meus olhos para sempre?
A chuva acalma, faz lembrar uma fonte a sussurrar-me ao ouvido. Sinto-a deslizar por entre as pedras e cair continuamente na fonte seguinte.
Foi-se a chuva e eu vou-me também.
Covas, 28 de Dezembro de 2015, 09:37h
Poema dedicado ao meu amor.
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